segunda-feira

Web 2.0: O que é ?


Neste artigo vamos começar por dar uma pequena introdução do conceito e tecnologias que levaram ao aparecimento da Web 2.0. Estes temas serão explorados em maior detalhe no futuro.

O Conceito


O conceito Web 2.0 foi inicialmente proposto por Tim O' Reilly como forma de descrever uma revolução "social" na World Wide Web. No entanto, Tim Berners Lee, o criador da web, não concorda totalmente com a existência deste termo.

Desde o início, a Web era algo construído por pessoas com determinados conhecimentos muito específicos, para o utilizador comum ver e consultar. Aqueles que não possuiam estes conhecimentos, viam-se forçados a contratar indivíduos ou empresas que os detivessem, de forma a poderem publicar os seus conteúdos na Web. Além dos custos associados (tanto em tempo como dinheiro), o produto final nem sempre é aquele que o cliente pensa. Por vezes o cliente não sabe exprimir exactamente o que quer, por vezes aquele que publica os seus conteúdos não sabe interpretar o que o cliente quer. Esta fase da Web é agora conhecida como Web 1.0.

Com o passar do tempo, surgiram ferramentas que permitiram aos utilizadores comuns publicar os seus conteúdos sem grande esforço e conhecimentos técnicos. E assim deu-se a revolução social na Web, que a tornou mais aberta à participação de todos, tornando-a naquilo a que se chama a Web 2.0.

De entre estas novas ferramentas destacam-se principalmente as seguintes:
  • Wikis: Sites facilmente editáveis através do próprio site com ferramentas embutidas de formatação e uma linguagem de edição (que acaba por ser bastante opcional) muito mais simples de usar que o HTML.
    Exemplos: Mediawiki (motor utilizado na Wikipedia), Moin Moin.

  • Blogs (ou Weblogs, na versão original do conceito): Diários online. Os conteúdos são diversos, desde a vida pessoal das pessoas, até notícias ou artigos de opinião, pode-se encontrar de tudo um pouco nos blogs.
    Exemplos: Blogger, Wordpress, Movable Type.

  • Sites sociais: Sites em que as pessoas possuem um perfil e através dos quais conhecem outras pessoas ou encontram os seus amigos já existentes e mantêm-se em contacto.
    Exemplos: Myspace, Hi5, Facebook.

  • Social bookmarking: Catálogo e partilha online de bookmarks (ou favoritos).
    Exemplos: del.icio.us, ma.gnolia.com

  • Vídeo e fotos: Publicação e partilha de vídeos e fotos online.
    Exemplos: Youtube, Flickr, Sapo fotos/vídeos.
Entre muitas outras. É quase impossível catalogar todas as ferramentas que fazem uso desta nova ideologia e das tecnologias associadas.

No entanto, as tecnologias deram também origem a outro tipo de ferramentas, que apesar de não promoverem tanto a partilha e um aspecto social (mas que normalmente também o permitem) têm um objectivo diferente: substituir aplicações que normalmente instalamos no nosso computador, e poder usá-las online e em qualquer computador com um Web Browser moderno instalado. Temos como exemplos o processador de texto Writely (agora Google Docs), ou até o GoPlan para planeamento de projectos e colaboração (este feito por uma empresa portuguesa, uma das poucas a apostar nestas novas tecnologias).

Tecnologias

A chegada da segunda geração da web só foi possível graças a algumas novas tecnologias que permitem facilitar e simplificar a experiência do utilizador. Em seguida vamos falar um pouco de algumas dessas tecnologias.

Uma das formas de melhorar a experiência do utilizador é tornar as aplicações web mais parecidas com as normais aplicações que utilizamos no nosso computador e também com um tempo de resposta mais rápido. E a principal tecnologia que o permite é o AJAX (Asynchronous Javascript And XML).
Esta tecnologia permite que se troque informação com as bases de dados por detrás dos sites sem que haja exactamente um carregamento de uma nova página, e é isso que traz toda uma nova experiência. O AJAX não é uma tecnologia, na realidade são várias tecnologias que trabalham juntas, cada uma fazendo a sua parte, oferecendo uma nova experiência ao utilizador.

Devido ao facto de que diferentes utilizadores vão querer enviar diferentes tipos de informação e em diferentes línguas e formatos, é necessário algo que padronize essa troca de informação e sem que o utilizador não se aperceba disso. Isso é feito através da linguagem XML (eXtensible Markup Language). A linguagem XML tem várias funções, tais como:

  • Separação do conteúdo e da formatação

  • Simplicidade e Legibilidade, tanto para humanos como para computadores

  • Possibilidade de criação de tags sem limitação

  • Concentração na estrutura da informação, e não na sua aparência

Esta linguagem pode ser útil para que o conteudo de, por exemplo, um blog seja facilmente partilhado sem que este seja visitado. E é a tecnologia RSS que o permite através do XML, usando-o para estruturar as feeds que depois são processadas por aplicações específicas.

Outras tecnologias que usam extensivamente o XML são os Web Services, SOA e SOAP. Estas tecnologias usam o XML para, por exemplo, enviar informações sobre horários de aviões de uma base de dados de uma empresa de aviação para um site de uma agência de viagens. Mesmo que as duas empresas usem sistemas baseados em tecnologias diferentes, a comunicação por XML permite que elas possam partilhar informação sem problemas.

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